23/09/2010 19:04:03
Matéria publicada no Correio Braziliense que acusa servidores da Câmara de "ociosos" causa consternação ao Sindicato, levando a entidade buscar esclarecimento junto ao veículo pela ofensa lançada
Mesmo usufruindo de um direito assegurado por lei, mais uma vez os servidores do Legislativo são alvo de matéria publicada nesta terça-feira (20), pelo Jornal Correio Braziliense. Sob o título "Folhas de ponto ociosas", a reportagem traz uma matemática mirabolante para falar sobre a licença para capacitação, prevista no artigo 87, da Lei 8112/90, regulamentada, também por Ato da Mesa.
Segundo o texto do jornalista Lúcio Vaz, ao somar as dispensas de ponto dos servidores da Casa que atualmente estão afastadas realizando cursos, resultaria em 24 anos de serviços não prestados.
A curiosa álgebra do repórter soma todos os dias solicitados pelos 155 servidores autorizados pela Casa para fazerem o curso, totalizando 8.841 dias, dividindo, portanto, por 365 dias do ano, facilmente alcança-se o impressionante dado que traduziria em 24 anos de remunerações sem trabalho. O que o jornalista dispensou foi redistribuir os dias de afastamento entre os 155 trabalhadores, que dá a média de 57 por servidor, trinta e três dias a menos de acordo com a disposição da regra que concede o período de três meses para capacitação em diversas áreas.
O responsável pelo Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento (Cefor) da Câmara, Rogério Teixeira, saiu em defesa dos servidores, apontando inclusive que, apesar de a matéria acusar excessos na escolha de estudo de idiomas, o diretor ressaltou que os servidores precisam da fluência em outros idiomas. "A Casa recebe cerca de 3 mil visitantes por semana, além de fazerem contatos com organismos internacionais. Trata-se de uma necessidade básica", afirmou.
"A própria exigência de qualificação do serviço público, exigido pela sociedade nos leva a crer que esta é a melhor saída, assim como fazem as grandes corporações da iniciativa privada. Contudo, a insistência típica de atitudes de ´denuncismos´ dos veículos de comunicação preferem denegrir a valorizar propostas como essas, quando partem da administração pública. Optam por detratar a imagem dos servidores, inclusive, expondo seus nomes, deliberadamente, como se criminosos fossem, embora estivessem apenas cumprindo com o seu dever. Aprimorando-se para melhor servir à sociedade", defende Nilton Paixão, presidente do Sindilegis.
Vale ainda lembrar, que o período escolhido pelos servidores foi justamente para não confrontar com as atividades intensas da Casa. O processo eleitoral, que tem tomado grande parte do tempo dos parlamentares, aliviou muitas atribuições dos setores permitindo aos servidores uma saída estratégica, sem prejuízo de sua produtividade.
O número de profissionais que estão fazendo cursos não chega a 2% do total de servidores da Casa.
Outra deficiência na informação do jornalista pode ser resgatada juntamente a uma coluna alimentada pelo próprio veículo em sua versão online: Admite-se.com. Nesta área do portal, as matérias são voltadas ao mundo corporativo, onde há a valorização dos empregos na área privada, inclusive a preparação de profissionais no exterior.
Em artigo intitulado "Currículo de primeira classe", o jornal defende que "... quando a experiência envolve contato com outras culturas, dá asas à criatividade e incentiva a improvisação. Pensando nisso, agências reformulam as ofertas de intercâmbio e universidades oferecem cada vez mais bolsas de estudo no exterior."
"Cogitemos que se cada um dos servidores que assinam o Correio reclamasse por não ter recebido a publicação em sua residência, por singelos três dias em um ano, poderíamos ter um cálculo sem a menor veracidade estatística. Sob a hipótese de que pelo menos dois mil servidores sejam assinantes, jamais poderíamos chegar à conclusão de que o veículo ficou sem circular por seis mil dias, ou seja, 16 anos", comparou Nilton Paixão.
Fonte: Imprensa Sindilegis – Ada Suene
www.sindilegis.org.br
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