Servidores da Assembleia registraram boletins de ocorrência por desacato e ameaça de morte depois de protesto na Casa
Luiz Fernando Brumana
A ocupação do plenário da Assembleia pelos servidores em favor do pagamento do retroativo de um aumento de 11,98% acabou virando caso de polícia. Membros da administração registraram queixa até por ameaça de morte, que teria ocorrido durante a manifestação.
O secretário-geral da Mesa Diretora, Carlos Eduardo Casa Grande, afirmou que foi ameaçado e procurou ontem a Delegacia da Praia do Canto para registrar um boletim de ocorrência contra um servidor.
“Fui instruir o presidente naquela hora já que, mesmo emcaso de tumulto, a sessão deveria ser aberta. Falei com o presidente e quando estava passando pela rampa da Mesa, o servidor bateu no meu braço e perguntou o que eu tinha falado. Falou que, se tivesse uma peixeira, me matava ali mesmo”, contou o secretário.
O protesto ocorreu na última terça-feira, mas Casa Grande ressaltou que no dia seguinte o servidor andou pelos corredores da Assembleia repetindo a ameaça.
Outro boletim de ocorrência foi registrado pelo supervisor de Segurança Legislativa, Luis Carlos
Giuberti, contra o presidente do Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas (Sindilegis), Leandro Machado, por desacato.
A Mesa Diretora da Assembleia também abriu uma sindicância para investigar a participação de
servidores no protesto. Mesmo com a manifestação, a assessoria de imprensa da Mesa informou
que não haverá mudanças no sistema de segurança das sessões.
Os servidores reivindicam o pagamento que já foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal
(STF). O reajuste foi dado há dois anos, mas eles reivindicam o retroativo referente ao período de 1999 a 2009.
Sindicato rebate acusações
O presidente do Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas (Sindilegis), Leandro Machado, se defendeu e afirmou ontem que quem sofreu desacato foram os servidores e a própria entidade.
“Tem que saber de onde para onde houve desacato. Sou presidente do sindicato. Tenho direito
de circular onde tem servidor trabalhando”, afirmou.
A resposta foi em função do boletim de ocorrência registrado contra Machado pelo supervisor de Segurança Legislativa, Luis Carlos Giuberti, que disse ter sofrido desacato.
Machado reclamou por ter sido retirado do plenário da Casa. Sobre a sindicância, o presidente
garantiu que vai esperar ser notificado oficialmente pela Mesa Diretora.
Na segunda-feira, ocorrerá uma reunião para definir os próximos passos da manifestação.
“Haverá uma assembleia, às 13 horas, para redirecionar o movimento. Estamos aguardando a posição do presidente Rodrigo Chamoun com os deputados para decidir a questão dos 11,98%. Queremos resolver isso”, afirmou.
Machado acrescentou que não tem conhecimento sobre a ameaça de morte que o secretário-geral da Mesa Diretora, Carlos Eduardo Casa Grande, disse ter recebido de um servidor.
38 - ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SEXTA-FEIRA, 02 DE DEZEMBRO DE 2011
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